A recomposição da esquerda e a governação do país

A recomposição da esquerda e a governação do país

O Grupo de Contacto do LIVRE reuniu na noite de ontem, quinta-­feira 17 de julho, para preparar as ações a levar a cabo nas próximas semanas e fazer um balanço das sessões de apresentação do LIVRE que decorreram nas cidades de Braga e Setúbal, com vista à constituição de novos Núcleos Territoriais. Em breve, serão também realizadas sessões em Coimbra, Santarém, Leiria, Aveiro e Castelo Branco. Estando neste momento com 1640 pré­-membros e apoiantes inscritos, a consolidação do LIVRE passa também pela realização das jornadas de reflexão e debate “Os Setembristas”, na Covilhã, no fim-de-semana de 20 e 21 de setembro, e pelo Congresso de 5 de outubro em Lisboa, de caráter ratificativo e programático. O LIVRE tem ainda em curso uma campanha de recolha de donativos para permitir assegurar as despesas de financiamento de um partido que se tem pautado pela transparência e divulgação de todas as suas contas.

À parte as questões organizativas, a reunião teve por objeto a análise da situação política e o debate sobre os próximos passos do partido. As últimas semanas têm-nos mostrado o quanto o futuro do nosso país depende do futuro das nossas esquerdas. Para que possamos aspirar a outro futuro que não o da austeridade como nova normalidade na vida dos portugueses, é necessário que as esquerdas se constituam como alternativa de governação.
Não basta protestar contra a desregulação do trabalho, o desmantelamento do Estado Social, a indiferença perante a emigração e o empobrecimento da sociedade, a precariedade, a concentração da riqueza, as desigualdades, a exclusão social. A genuína alternativa que falta ao país exige que, à seriedade do protesto, se associe um empenho não menos sério em implementar um programa de recuperação e progresso.
Para o LIVRE é claro: se é necessário que as esquerdas construam uma vocação governativa, é necessário então que se entendam, que dêem finalmente prioridade àquilo que as une em vez de insistirem no que as separa. Os recentes sinais de recomposição da esquerda reforçam o dever que o LIVRE assumiu para si no momento da sua fundação. E confirmam os motivos que levaram ao aparecimento do LIVRE como nova força política em Portugal e que determinam a sua disponibilidade para o diálogo.

O LIVRE traz esta convergência da Esquerda no seu ADN. Na “Declaração de Princípios” com que nos apresentámos aos portugueses em novembro de 2013, assumimos «como nosso dever a procura e a realização de convergências abertas, claras e transparentes, para criar uma maioria progressista capaz de criar uma alternativa política em Portugal e na Europa». A nossa prática é e será coerente com estes princípios, pautando com empenho e franqueza o nosso relacionamento com os outros partidos políticos, organizações e movimentos sociais que partilham da mesma convicção essencial: sem uma alternativa política que defenda o país a governar, Portugal será um país condenado. Sem um programa mobilizador para melhorar a vida dos portugueses e dar mais futuro ao país, não se conseguirá defender o país.

Nas próximas semanas e meses, o LIVRE estará empenhado na congregação de um movimento democrático e progressista capaz de encarar este desafio de alterar a governação do país.